Oi,sou bipolar!


Imagine que em um dia você acorda se sentindo extremamente confiante. Você pode fazer tudo que imaginar e nada pode dar errado. Na verdade, você está tão cheio de energia que decide nem dormir. Passam-se dias, talvez semanas e nada parece chatear ou desacelerar você. Mas, de repente, sem nenhum aviso, esse sentimento começa a diminuir. Sem nenhum motivo, você começa a se sentir entediado ou deprimido. A vida se torna triste e sem sentido. Durante semanas, você se sente absolutamente sem esperanças. Um tempo depois você acorda novamente pronto para enfrentar tudo. Esse é o ciclo característico das pessoas que sofrem da síndrome bipolar. De acordo com o Instituto Americano de Saúde Mental (NIMH), o transtorno bipolar - também conhecido como síndrome maníaco-depressiva - afeta cerca de 5,7 milhões de adultos nos Estados Unidos (2,6% da população acima de 18 anos) . O transtorno causa momentos intensos e alternados de mania e depressão, indo muito além da simples oscilação de humor. Crianças e adolescentes também podem desenvolver o transtorno, embora a mudança de humor nesse grupo aconteça, normalmente, com muito mais rapidez. E aqui, vamos falar mais sobre isso.

Sintomas de bipolaridade

 Bom humor intenso e incomum

 Energia excessiva

• Irritabilidade

 Sensação de agitação

• Falar mais rápido do que o normal

• Idéia e pensamento rápido e incomum

 Decisões arriscadas (gastos excessivos, investimentos de risco)

• Fácil distração

 Necessidade de dormir pouco

 Ideia exagerada das capacidades

• Aumento do apetite sexual

Causas do transtorno bipolar

Os pesquisadores não sabem exatamente o que causa o transtorno bipolar. É provável que não exista um fator único, mas sim uma combinação de fatores que propicia o desenvolvimento da bipolaridade. A genética certamente tem influência, podendo aumentar a probabilidade de alguém desenvolver a doença. Mas não se pode determinar sempre quem irá desenvolver o quadro, baseando-se na genética (por exemplo, um gêmeo pode desenvolver a doença e o outro não). Estatísticas mostram que filhos de pacientes bipolares têm um risco maior de desenvolver o quadro. Tentativas de encontrar os genes específicos que causam o transtorno falharam, mas as pesquisas continuam.


Medicamentos para o transtorno bipolar

Como a causa da bipolaridade é desconhecida, a busca por tratamentos eficazes é difícil. Embora determinados medicamentos, como o lítio, sejam comprovadamente eficientes para muitos pacientes bipolares, os cientistas não sabem a razão do sucesso. Médicos descobriram que o transtorno bipolar é uma doença que requer tratamento sério e prolongado. Isso normalmente inclui manter a medicação inclusive em períodos de humor estabilizado. Como os pacientes respondem de maneira distinta aos medicamentos usados no tratamento do transtorno, deve-se descobrir a dosagem exata e o tipo de medicamento que funcionará melhor para cada pessoa. A lista a seguir mostra os medicamentos mais conhecidos no tratamento da bipolaridade.

Lítio: nos anos 70, o Food & Drug Administration (FDA) aprovou o carbonato de lítio para tratamento do transtorno bipolar, sendo até hoje uma das primeiras opções de tratamento da síndrome. O lítio é um estabilizador de humor, eficaz no tratamento de surtos maníaco-depressivos. Depois do início do tratamento, os pacientes devem voltar ao médico para realizar exames de sangue freqüentes para monitorar os níveis de lítio. Depois de acertar a dosagem adequada, os pacientes não precisam fazer exames de sangue com tanta freqüência.

Anticonvulsivantes: assim como o lítio, anticonvulsivantes também são estabilizadores de humor. Eles atuam ao estabilizar partes muito ativas do cérebro e também são normalmente usados para prevenir convulsões em pacientes epiléticos (em inglês). Outros anticonvulsivantes atuam de forma diferente, elevando os níveis do neurotransmissor GABA . Usados sozinhos ou com o lítio, os anticonvulsivantes podem ser eficazes para muitos pacientes bipolares.

Antipsicóticos atípicos: para as pessoas que não respondem ao lítio nem aos anticonvulsivantes, os médicos podem prescrever antipsicóticos atípicos como a clozapina. Esse tipo de medicamento, também usado no tratamento de esquizofrenia, atua ao alterar os níveis de certos neurotransmissores no cérebro, tais como a dopamina.

Benzodiazepínicos (drogas antiansiolíticas): se um paciente bipolar tiver problemas de sono, os benzodiazepínicos podem ajudar a estabelecer uma rotina de sono saudável. Esses medicamentos devem ser usados com cautela e por apenas um curto período de tempo devido à possibilidade de dependência .

Antidepressivos: como podem provocar episódios de mania, os antidepressivos não são mais tão prescritos para tratar transtorno bipolar como costumavam ser no passado . Dependendo do tipo, eles atuam ao ajustar os níveis de serotonina ou de noradrenalina no cérebro (para saber mais sobre eles, leia Como funcionam os antidepressivos).


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